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Em Defesa dos Direitos das Mulheres!

                                     







NADA


Quero abrir a boca, mas para cantar o quê?

Cantar não muda nada se nestes tempos sou desprezada…

 

Que posso eu dizer do mel quando a boca me sabe a veneno?

Maldito seja esse punho prepotente que a molestou…

 

Se ninguém é amável para comigo, quem devo louvar?

Que eu chore ou ria, morra ou viva, não muda nada de nada…

 

Solitária, emoldurada pelo pesar e pela perda,

nasci em vão e a minha boca está selada…

 

É primavera, coração, eu sei,  é tempo de celebração,

mas tenho as asas presas - que fazer se voar não posso?

 

Não esquecerei a canção embora condenada a calar-me

num infindável lamento arranco palavra ao peito…

Celebre-se o dia em que vou escapar a esta jaula

e embriagada cantarei o meu regresso à tona

 

Não sou como o frágil salgueiro que treme a todo o vento

Sou uma afegã, por isso o meu afã é chorar o tempo todo


Nadia Anjuman