A balsa de Medusa (estudo), Théodore Géricault, c. 1818
Era então essa
a terra do segredo,
o espaço de ventura,
prometido?
De abundância
e
de doces lugares,
em que o excesso de ser
contrariava
a existência parca
da viagem?
Era esta então
a terra da promessa,
o espaço de promessa
dos eleitos?
Devia ser:
e
líquidas fronteiras
ali foram traçadas
Feitas de leite e mel
para os eleitos
e de fel e de sangue
para os
outros
Ana Luísa Amaral, in “Ágora”, Assírio & Alvim, Lisboa, 2020